
Venho aprendendo bastante sobre como mudar hábitos no decorrer dos anos, e já tive a oportunidade de ensinar essas técnicas a milhares de pessoas.
Os hábitos mais difíceis de serem mudados são aqueles que a pessoa tem dificuldade de controlar. Apesar de querer mudar, ela não consegue ter a “força de vontade” (eu não acredito neste termo) necessária.
No meu caso, as coisas sobre as quais eu não tinha controle eram: fumar, comer besteira, comer demais em ocasiões sociais, procrastinação, raiva, impaciência e pensamentos negativos.
Até o dia em que eu aprendi um pequeno segredo que me ajudou a mudar tudo na minha vida:
Quando você tem consciência, você consegue mudar.
Sim, parece óbvio e muito simplista, mas vamos entender isso melhor.
Quando bate aquela vontade de comer algo que a gente sabe que não nos faz bem, nós geralmente cedemos à vontade. Mas será que é simples assim? Não é.
A verdade é que, antes de cedermos à tentação, a nossa mente fica racionalizando sobre por que não devemos simplesmente comer o bolo, sobre por que é tão difícil resistir a ele já que não irá nos fazer tão mal assim. Por que nos colocamos nesse dilema? Por que não podemos simplesmente aproveitar a vida, afinal, merecemos um agrado de vez em quando, não?
Com frequência, todo esse processo acontece sem que a gente perceba. É algo silencioso, que acontece no fundo da nossa mente, mas esta lá, presente, e é incrivelmente poderoso, especialmente porque não temos consciência de que está acontecendo.
E o pior, este processo acaba nos derrotando sempre, não apenas no que diz respeito à alimentação, mas com tudo aquilo que, apesar do esforço, acabamos por desistir de controlar.
Como combater esse enorme poder que a nossa mente possui?
Consciência é a chave e o começo.
1. Torne-se uma pessoa consciente. Observe mais. Preste atenção no que está falando e observe como a sua mente reage. A meditação ajuda, mas eu também aprendi a me concentrar correndo. Não levo meu iPod, corro em silêncio e portanto não tenho nada para fazer além de prestar atenção na natureza e ouvir a minha mente.
2. Nada de agir. Sua mente vai querer que você coma aquele pedaço de bolo (“só um pedaço!”), ou que fume aquele cigarro, ou que pare de correr, ou que procrastine. Escute o que a sua mente está dizendo, mas não aja no impulso. Fique quieto (mentalmente) e preste atenção.
3. Deixe a vontade passar. Vontade de fumar, comer, procrastinar ou parar de se exercitar… essa vontade dá e passa. Ela é temporária e geralmente dura apenas de um a dois minutos. Respire fundo e deixe que passe.
4. Supere as racionalizações. Você tem como argumentar com a sua mente. Quando ela diz, “Só uma mordida não vai fazer mal!”, você aponta pra sua barriga e responde, “Foi isso o que você disse todas as outras vezes e olha só como eu engordei!”. Quando ela disser “Por que fazer todo esse sacrifício?”, você responde “Porque não ser saudável vai ser pior pra mim, e só é um esforço deixar de comer um pedaço de bolo se você enxergar isso como um sacrifício ao invés de ver o lado positivo de viver uma vida saudável!”
Inúmeras são as vezes em que a nossa “força de vontade” nos abandona. Esses são os momentos em que mais precisamos estar conscientes da nossa mente.
Quando você tem consciência, você consegue mudar. Este é um pequeno segredo que transforma a vida de qualquer pessoa, assim como transformou a minha. Eu agora posso mudar qualquer coisa. Observo, espero e pronto, venci. E você também pode vencer.
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foto: Artibop
amei esses artigos.PARABENS!!!
SEMPRE TIRO MUITO “PROVEITO ” QUANDO LEIO OS ARTIGOS DESTE SITE. OBRIGADA E PARABÉNS
TELBIA
Gostaria de parabenizar pelas graciosas palavras que acabo de ler. Sou uma pessoa que facilmente se deixa cair em tentacoes e veja que ja li muitos artigos de como superar esse defeito ou ate se pode dizer transtorno por ser compulsiva mas nenhum que se equipare sem querer substimar os restantes. O seu artigo me fez parar e pensar e gostaria realmente passar a fazer esse exercicio e levar para o resto da minha vida. sinto que me falta a persistencia mas vou tomar nota. Muito obrigado